terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

LEITURA CONTRATUAL / FICHA DE LEITURA “Sonho duma noite de verão”William Shakespeare
http://www.notapositiva.com/pt/trbestbs/portugues/10_sonho_de_uma_noite_de_verao_d.htm

1. Identificações bibliográficas
Informações fornecidas na parte externa da obra: título / editora / autor
Título: “Sonho duma noite de verão” (título original “A Midsummer Night’s Dream”)
Autor: William Shakespeare
Editora: Lello & irmão Editores
Edição: 1ª edição
Data: 1986
2. Autor
Nascimento/morte: Stratford-upon-Avon, 26 de Abril de 1564 – Stratford-upon-Avon, 23 de Abril de 1616
Nacionalidade: Inglesa
Outras obras: “Romeu e Julieta”; “Macbeth”; “Hamlet”; “Rei Lear”; “O Mercador de Veneza”
Ocupações: Dramaturgo e poeta.
3. Leitura
Escolhi esta obra porque: nas últimas fichas de leitura escolhi um romance e um livro de contos. Desta vez, optei por apresentar uma obra que foi escrita para teatro. Acho que “Sonho duma noite de verão” é uma leitura interessante a apresentar aos meus colegas, pois é um livro muito divertido embora não muito fácil de ler (devido às confusões que são criadas ao longo da história e de algum vocabulário difícil).      
Li-a durante: uma semana, nas férias de verão (na altura em que decorre a história).
4. Obra 
Classifico a obra: teatro / histórias maravilhosas e fantásticas
Assunto: O livro “Sonho duma noite de verão” conta três histórias ao mesmo tempo e que se cruzam: a história de Hérmia (que é obrigada a casar com Demétrio, pelo pai, embora goste de Lisandro) e da sua amiga Helena (que gosta de Demétrio); a história dos conflitos de Oberon (rei dos génios da floresta) e Titânia (rainha das fadas); e a história de uns artesãos atenienses que ensaiam uma peça de teatro para apresentar no casamento de Teseu (duque de Atenas).
O pai de Hérmia (Egeu) pede a Teseu (duque de Atenas) que force a sua filha a casar-se com Demétrio. Mas Hérmia está apaixonada por Lisandro e recusa-se a fazer a vontade ao pai (o que é crime segundo a lei ateniense), portanto ela e Lisandro fogem. Demétrio vai atrás de Hérmia e Lisandro e Helena (amiga de Hérmia e apaixonada por Demétrio) segue-o. Nessa noite, Titânia (rainha das fadas) e Oberon (rei dos génios da floresta e seu marido) encontram-se no bosque e discutem pois Titânia não quer entregar um órfão indiano a Oberon para ser seu pajem. Enquanto isso, um grupo de artesãos atenienses preparam a peça de teatro “Píramo e Tisbe” (de Ovídeo) para apresentar no casamento de Teseu.
Oberon pede ao Trasgo (génio da floresta servo de Oberon) que lhe traga a flor do amor-perfeito e que esprema o sumo dessa flor em Titânia enquanto ela dorme, para que ela se apaixone pelo primeiro ser que vir. Pede-lhe também que pingue o sumo da flor em Demétrio para que ele se apaixone por Helena (pois assim, todos ficariam felizes). O Trasgo surpreende os artesãos enquanto eles ensaiam a peça e, sem conseguir deixar de pregar uma das suas partidas, assusta-os e transforma a cabeça de um deles em cabeça de burro.
Titânia acorda, vê o artesão com cabeça de burro e apaixona-se por ele. Trasgo confunde Lisandro com Demétrio e acaba por enfeitiçar Lisandro (enquanto este dormia ao lado de Hérmia no bosque). Lisandro acorda, vê Helena e apaixona-se por ela. Hérmia acorda sozinha e chega Demétrio que lhe declara o seu amor. Oberon percebe que o Trasgo se enganou e fá-lo emendar as coisas.
Entretanto, chegam ao bosque Egeu, Teseu e Hipólita (noiva de Teseu). Demétrio diz que ama Helena e que não se quer casar com Hérmia. E o Trasgo, que foi quem mais se divertiu com as confusões que provocou, diz que tudo aquilo não passou de um sonho de uma noite de verão.

Parte que mais gostei: a última cena, em que o Trasgo se dirige ao público e nos diz para imaginarmos que tudo o que foi dito antes (ou representado, uma vez que se trata de um texto dramático) não passou de um sonho, de uma ilusão. Ele apela-nos, dando a sua “palavra de Trasgo honrado”, que não fiquemos preocupados com os problemas que ele criou porque o que não foi resolvido de imediato, em breve se resolverá. Esta cena final é a mais importante da obra pois é a conclusão de todo o enredo e é onde nos vai ser apresentada a moral da obra (a mensagem que Trasgo nos quer transmitir, da qual vou falar mais abaixo).

Parte menos interessante: é impossível considerar alguma parte menos interessante, pois cada vez que a história começa a atingir um tom mais sério, aparece o Trasgo e faz uma das suas traquinices, a qual vai provocar uma série novas peripécias.
5. Apreciação crítica
Selecciono cinco palavras que desconhecia: caramanchel / rojar / insânia / libré / dissensões
Selecciono cinco palavras (que considero) belas: trasgo / gorjear / aurora / emudecer / debique
Registo duas frases marcantes:
(…) imaginai que pelo sono passastes; que estando a dormir, sonhastes; que o sonho durou um ai, e que noutro acordastes.” (Trasgo - acto VIII, cena XIX)
Vês, doido, o que fizeste? Espremeste o veneno num amante fiel; um amor tão sereno por culpa tua agora enoitou-se, em lugar da justa punição que eu tentava irrogar a um fero desamor.” (Oberon – acto V, cena XIV)

Indico personagem/personagens interessante(s): o Trasgo, o traquina espírito da floresta e criado de Oberon (rei dos génios). É um ser sobrenatural com poderes mágicos que utiliza, na maioria das vezes, para pregar partidas. Mas no fundo, Trasgo tem um bom coração como demonstra pela sua preocupação por se ter enganado a “espremer os amores-perfeitos” e por ter provocado uma grande confusão entre pessoas que se amavam verdadeiramente (embora ele tenha gostado da parte da confusão). A sua personagem é a minha favorita porque me lembra a magia da floresta, onde nunca sabemos o que se esconde nas suas sombras, se o que ouvimos é apenas o vento… Acho que a personagem do Trasgo é tão envolvente para mim, que não me admiraria de um dia o encontrar ao crepúsculo, naquela altura mágica em que os últimos raios de sol trespassam as copas das árvores e tudo se torna dourado.

Esta obra fez-me reflectir sobre: as consequências que alguns erros podem ter. Na obra, o Trasgo enfeitiçou as pessoas erradas e acabou por criar problemas entre Helena, Hérmia, Lisandro e Demétrio. A mensagem que obtive com esta obra foi-me transmitida por Trasgo, na cena final: por maior, mais complicada e confusa que seja uma situação, tudo acabará por se resolver e ficar bem. Trasgo também nos quer mostrar que não devemos ficar a pensar nas coisas más que aconteceram, devemos tomá-las por um sonho que passou e desse sonho lembremo-nos apenas que “não há mal que dure para sempre”.

Valeu a pena ler esta obra porque: é um clássico da literatura inglesa. “Sonho duma noite de verão” é uma obra com um enredo muito confuso, mas muito divertido. Pessoalmente, adorei a história e as suas personagens pois ambas permitem-nos ter uma visão muito subjectiva da obra uma vez que, tratando-se de uma história de fantasia, a nossa imaginação tem um grande papel durante a leitura. Aquele ambiente mágico e misterioso que nos envolve durante toda a acção da história em combinação com a maneira apaixonada de escrever de Shakespeare, torna esta obra uma das minhas favoritas.
 
Aconselhava esta obra a um amigo porque: embora não seja das obras mais conhecidas de Shakespeare (quando este autor é referido o título que nos assalta a mente é “Romeu e Julieta”), não fica atrás em qualidade. A maioria das pessoas lê romances, contos, novelas… e, por vezes, quase nos esquecemos das peças de teatro, o que é um grande erro e obras como “Sonho duma noite de verão” são prova disso. Esta obra tem outra vantagem, é uma obra de magia e imaginação (que toda a gente gosta). Tudo isto com um Trasgo “à mistura” para aumentar a confusão e criar aqueles desencontros divertidíssimos.
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